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sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Vida vale mais que o Futebol. Texto do Comissário Aposentado Varig Bolognese. Causa Aerus Varig




A vida vale mais que o futebol

Num jogo de futebol, mais do que em qualquer outro esporte, a partida terminar com muitas irregularidades e erros de arbitragem, é um fato aceito com muita naturalidade. Um impedimento não marcado, ou mal marcado, um pênalti ignorado pelos bandeiras ou pelo juiz, um gol “por la mano de Dios ”- grave violação das regras do esporte - pode até ganhar campeonato mundial. Mas os deuses do futebol sempre dão oportunidades de novos jogos, onde quem se deu bem roubando, pode acabar perdendo de quem roubou.

Nesses dias que antecedem a Copa, poucos param para pensar que muita coisa nesse país segue a filosofia (ou o vício) do futebol onde ela não cabe. Como quando se admite que um problema não resolvido prejudicando milhares de pessoas, não precisa ser corrigido, porque já é depois do jogo....e aí, não há o que fazer, não tem chororô de perdedor. Muito conveniente...... e muito cômodo para quem não fica no prejuízo. Não aparecem "deuses" dando novas oportunidades. E então o estado, que não é financiado pelo cidadão para fazer de sua vida um jogo, se revela dos maiores adeptos dessa cultura pelo hábito que tem de fazer vista grossa para injustiças flagrantes... e ainda sacar metáforas esfarrapadas de futebol, quando o injustiçado reclama. Não se pode chamar de mau perdedor quem está simplesmente lutando por seus direitos.

Valendo num meio onde duas forças mais ou menos se equivalem e novos eventos garantem o ajuste de contas, a receita futebolística nos problemas do dia a dia é uma distorção inaceitável, ao não levar em conta que poderosos não se equiparam a grupos fracos, que pouco podem fazer para se defender. Não é senão esta, a forma como esse "governo" e parte do legislativo e do judiciário, tratam os trabalhadores e aposentados da Varig. Se assim não fosse, em qualquer nível dos três poderes já se teria tomado uma atitude decente e acabado com esse massacre que, vergonhosamente nessa altura já passa por duas Copas do Mundo. Um juiz - e não há falta deles no país - poderia, se estivesse interessado na justiça, dar um estridente apito de moralidade e acabar com esse jogo sujo.

O "Fairplay", tão cobrado nos jogos da FIFA, só existiu para nós variguianos enquanto trabalhávamos, contribuíamos e quando nos mostraram o contrato do Aerus para assinar. Continuou aparentemente nos "informes" hoje infames do Aerus, até que a arrecadação nas bilheterias dos nossos contracheques começou a engordar os olhos dos cartolas da aviação. Já na altura do calote na bilheteria dos 3%, que pararam de repassar aos participantes do Aerus, os "bandeirinhas" da SPC -Secretaria de Previdência Complementar - começaram claramente a alterar o resultado do jogo contra nós, e assim continuaram com os 21 contratos feitos por tratantes para nos prejudicar. É difícil acreditar que algum cartola real do futebol seja capaz de tanta baixeza.

Pior ainda é ver uma justiça, tão ciosa de sua liturgia e de seus paramentos, como os grandes times nos dias de grandes jogos, atuar de forma tão omissa, no mesmo nível de um árbitro despreparado, que acaba roubando a vitória de quem jogou limpo e a oferece a quem não fez senão trapacear. No nosso caso, vitória é o direito de continuar vivendo decentemente com recursos que são, diga-se o que queira, nossos. Derrota é algo já assumido por muitos trabalhadores e aposentados que já se foram, comprovando uma coisa tão comum como a jabuticaba nesse país: Justiça tardia é mera INJUSTIÇA.

JC Bolognese

Comissário de Vôo aposentado - Varig/Aerus

2 comentários:

  1. Excelente texto caro Bolognese. Infelizmente neste País do Futebol as regras são boas somente para os poderosos. Os trabalhadores da Varig são a parte mais fraca deste massacre.
    Meus parabéns por este brilhante texto. Infelizmente a dita " Justiça " deste País continua lenta e muito lenta.
    Um Massacre o que estão fazendo com um grupo enorme de trabalhadores que lutaram e trabalharam uma vida inteira levando o nome do Brasil e a Bandeira Brasileira pelos quatro cantos do Brasil e do Mundo.

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  2. Estes trabalhadores agora relegados a segundo plano. Deus está vendo e olhando para estes parasitas do Governo, para a tal sindicalista e o tal Juiz. Eles um dia prestarão contas sobre o mal que fizeram e continuam fazendo aos trabalhadores da VARIG.
    Isto eles e ela não escaparão. Da Justiça dos homens podem escapar, mas da Justiça de DEUS não escaparão.
    Quem aqui o mal faz aqui de alguma forma pagará.

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