terça-feira, 27 de outubro de 2009
Texto do colega e amigo de vôo Varig Bolognese para os Senadores
Prezados senadores,Não sei quando matemática e aritmética são mesma coisa. Mas gosto de pensar que matemática é ciência exata e aritmética, bem.....essa do dia a dia, das nossas comprinhas, do dinheiro da condução, do dois mais dois igual a quatro etc., às vezes pode ser cinco, três, três e meio e vamos levando. Escrevo olhando para um contracheque que precisei tirar da gaveta, para informar ao SNA a minha matrícula no Aerus. A informação é parte dos procedimentos para receber uma cesta básica de R$60,00 (sessenta reais mesmo!) por mes, em função de ordem judicial a uma empresa aérea nacional. Antes que seja mal interpretado gostaria de esclarecer: Mesmo sendo um valor irrisório, peguei meu cartão. Hoje em dia, do jeito que nos deixaram com esse calote, qualquer um que me dê dez reais, recebe um obrigado. Mas, como não perguntar: O que vem a ser básico com sessenta reais na mão? Não vou pedir ao ilustre parlamentar que mande um assessor correndo ao mercado mais próximo para ver o que dá para comprar com essa fortuna.......o rapaz pode ter um ataque.....de riso!Ao olhar para um contracheque do tempo em que era tratado feito gente, não posso deixar de pensar em como pode ser traiçoeira a aritmética dos poderosos. Assim, antes de ir às compras, fui às contas. No meu benefício líquido de fevereiro de 2006 pago pelo Aerus, cabem mais de SESSENTA dessas cestas básicas. O valor do I.R. retido na fonte equivale a mais de QUINZE cestas e o desconto total no contracheque daria também para mais de VINTE E OITO cestas básicas! Mas, como sabem os senhores, isso era no tempo em que um aposentado da Varig recebia pelo que pagou em tempo e valores ao fundo de pensão; no meu caso, por vinte anos. Uma aposentadoria razoável, mas muito aquém do que se vê a nossa república pagando a sortudos cidadãos de primeira classe. Como faço parte da outra classe, continuo fazendo contorcionismos para pagar as contas que ainda não sabem do calote na minha aposentadoria e, sem surpresa, descobrí que não há uma sequer, que tenha valor inferior a esta "cesta", de sessenta reais. Nem a minha conta de água, que costuma ser baixa. Meu plano de saúde, se fosse pago em cestas como essa, precisaria de mais de ONZE delas. O imposto de renda que ainda pago, me leva mensalmente mais TRÊS. É difícil e doloroso pensar que ainda existem aposentados do Aerus recebendo valores inferiores. É claro que um pacote básico de consumo não equivale a um salário normal, mas é sempre bem acima desse valor de sessenta reais. Porém, ao rever em valores um direito que me foi tirado, a menção de uma CESTA BÁSICA com esse valor, me lembra mesmo é de SEXTA-FEIRA 13! José Carlos BologneseComissário aposentado Varig/Aerus
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