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domingo, 28 de novembro de 2010

Só quero compreender por Claudia Vasconcelos. Comissária Aposentada Varig

quinta-feira, 25 de novembro de 2010


SÓ QUERO COMPREENDER

Para além da guerra iniciada pelos narcotraficantes existe a “nossa” guerra, a guerra pelos direitos perdidos com a intervenção federal no Aerus, em abril de 2006. Nesse período, temos tido baixas e mais baixas em nosso front, nossos colegas morrendo de angústia, cânceres de amargura, depressão por tristeza profunda etc, pois fomos largados à própria sorte (ou seria azar?). Os proventos de tantos milhares foram decepados pelas mãos afoitas de um Governo insensível e com dentes de tubarão faminto. Levaram nossas expectativas de uma aposentadoria serena e nos transformaram em sonâmbulos de escadarias palacianas, pedintes daquilo que nos é de direito por lei. Contribuímos, acreditamos, trabalhamos por isso. Por isso, não poderia me furtar de citar notícias recentes, convenientemente abafadas pelos tristes acontecimentos recentes no Rio de Janeiro- cidade que ostentava o “VARIG” estampado em luzes neon no alto do prédio em um dos cartões postais da cidade maravilhosa -, o Banco Pan Americano, do empresário risonho Silvio Santos, e suas tramóias. Foi com espanto que li a reportagem do jornal O Globo de 19/10/2010 “Fundos de pensão adotam cautela com o setor”, ali ficou claro porque o Pan Americano era o queridinho dos gestores de fundações: ora veja, a tal “instituição financeira era, até três semanas atrás, a queridinha dos gestores de investimentos, que compravam ações do banco para montar o portfólio dos fundos de previdência. Nos corredores do 31º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, em Olinda (PE), realizado pela ABRAPP, o comentário é sobre “dar um tempo” no banco para ver o desenrolar da situação. Os papéis do Pan Americano fazem parte da carteira de vários fundos de pensão patrocinados por empresas que oferecem planos de previdência aos seus funcionários. Segundo um executivo que participa do evento, o Pan Americano sempre era um dos primeiros bancos a serem lembrados na hora de se escolher uma empresa do setor financeiro para a carteira.”


Considerando que Silvio Santos fez uma visita ao presidente Lula no mês de setembro e declarou que o fizera para pedir contribuição para seu programa Teleton (de ajuda aos necessitados?), e quando tudo veio à tona declarou com desfaçatez que colocaria seu patrimônio como aval do empréstimo de R$2,5 bilhões, fica a pergunta que não quer calar: Por que o Governo autorizou tal empréstimo a uma instituição financeira sabidamente fraudulenta e se recusou a ajudar a Varig quando esta “voava” nas asas da quase falência?

Só quero compreender.

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