Caro senador Eduardo Matarazzo Suplicy,
Não surpreende, mas não deixa de ser desolador que mais uma vez, nós trabalhadores e aposentados Varig/Aerus, tenhamos de sofrer mais uma maldade, tirada desse saco sem fundo que o governo Lula mantém para devolver aos verdadeiros trabalhadores, aquilo que ele acha que merecem, principalmente quando se aposentam. De novo, a frustração quanto a um acordo passível de devolvernos o direito de levar a vida com dignidade; aposentados com seus benefícios (conquistados com trabalho e renúncia a consumo), trabalhadores demitidos, com seus direitos trabalhistas e previdenciários, devidamente respeitados.
Todas a irregularidades já exaustivamente comprovadas contra os interesses de aposentados e trabalhadores, não fazem o governo e a justiça se moverem para reparar suas trágicas consequências. É um carnaval de desrespeito a contratos em que uma das partes, os trabalhadores é, óbviamente, a mais fraca, pois aceita ou não aceita; adere ou não adere a um contrato de previdência privada, sabendo que não tem controle sobre sua elaboração e não terá controle algum sobre o seu cumprimento. E se quem deve faze-lo cumprir não o faz, é previsível o resultado.
A par da insegurança jurídica, temos a indiferença moral, praticada com desenvoltura por este governo, que não reage a situações como as descritas na leitura que fez em plenário o senador Álvaro Dias, após o fracasso da reunião ocorrida no gabinete do senador Paulo Paim, no dia 3 deste mês. Na sua leitura de apenas duas mensagens, que testemunham as agruras por que passam as vítimas do calote no Aerus, o senador nos informa que um ex trabalhador da Varig, "assistido" do Aerus, está hospitalizado, correndo risco de enfarto e com ordem de despejo de sua residência. Na outra mensagem, uma senhora, "pensionista" do Aerus, viúva de trabalhador da Varig, sobrevive a duras penas e com uma das pernas amputada, fazendo doces para manter sua família. Não é preciso ganhar o premio Nobel de Matemática, se existir um, para multiplicar estes dois casos por vários milhares.
Nessa altura do meu relato, cabe com todo o respeito, perguntar caro senador, qual é a relação de valores que V. Excia aplica a duas situações distintas: A situação de um criminoso condenado em seu país com todos os procedimentos legais devidamente satisfeitos, ou o drama de milhares de famílias de trabalhadores e aposentados conforme a leitura do senador Álvaro Dias? No aparte que lhe foi concedido, o senhor claramente se "desculpa" de no dia da reunião no gabinete de Paim, estar agendada uma visita sua ao signore Cesare Battisti na Papuda......Será que os interesses de estrangeiro (e criminoso) estão acima dos direitos de milhares de brasileiros? Josef Stálin, admirado por muitos radicais do seu partido, disse que: "A morte de um homem é uma tragédia; a de um milhão é estatística". Não penso que o senhor seja um desses radicais. Mas no momento me decepciona. O senhor tem ascendentes italianos. Eu também. Com todos os defeitos que possam ter, nossos primos distantes já estão recuperando sua grande Alitalia que já voltou a dar lucro e, duvido que tratem aposentados como faz o "governo" brasileiro. Ah....e também gostam de ver bandidos condenados na cadeia.
Se sua visita a esse Battisti não merecia ser adiada em função de uma causa a meu ver, mais nobre, recorro a outra coisa que temos em comum, além de sangue italiano em nossas veias. Também sou fã do Bob Dylan. Mas a minha versão para "Blowin´in the Wind" para o PT é um pouco diferente.......
The answer my friend,
Elections Two-Thousand/Ten
The answer is blowin´in thewind...
Cordialmente,
José Carlos Bolognese
Comissário aposentado Varig/Aerus.
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